Especialistas nacionais e internacionais reúnem-se entre hoje e quarta-feira, em Lisboa, para fazer um balanço do projecto "Bairros Críticos", que se desenvolve em três zonas: Cova da Moura (Amadora), Vale da Amoreira (Moita) e Lagarteiro (Porto).
Envolvendo oito ministérios, o "Bairros Críticos" pretende recuperar as áreas urbanas mantendo os moradores no local, ao contrário das intervenções de realojamento nos bairros clandestinos feitas no âmbito do Programa Especial de Realojamento (PER).
"Há uma grande preocupação social no projecto. Há sempre em simultâneo intervenção no espaço público, nos equipamentos e também programas sociais. É uma intervenção global e abrangente", disse à Lusa o secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, João Ferrão.
Em jeito de balanço do programa, aprovado em Conselho de Ministros há quase quatro anos, João Ferrão reconhece alguns atrasos nas obras, que justifica com a complexidade das intervenções, mas lembra que "a dinâmica é a que estava prevista", e que "o rumo está traçado e é irreversível".
No bairro da Cova da Moura, onde vivem cerca de cinco mil pessoas, já avançou o policiamento de proximidade, a recolha diária de resíduos e a recolha selectiva e, entre outras intervenções, foram colocadas placas toponímicas nas ruas com nomes escolhidos pelos moradores.
No Vale da Amoreira, onde moram mais de 12 mil pessoas (Censos 2001), o projecto já ajudou a melhorar a imagem do Bairro das Descobertas, com obras em várias casas que deverão ficar concluídas em Agosto. Na área social, João Ferrão destacou os programas de formação e empregabilidade, e o projecto "Amas 24 horas".
"É um bairro onde as mulheres têm horários de trabalho muito estendidos e onde era essencial criar esta rede de apoio", realçou.
O projecto do Lagarteiro, onde moram mais de 1 800 pessoas, é o mais atrasado, já que foi o que arrancou mais tarde.
DN